domingo, dezembro 12, 2004

Solidão Iminente...

Há certezas que temos como absolutas e que o destino com o seu novelo de caprichos se encarrega de abalar.
Nunca tenhamos como certa a presença daqueles que amamos, pois essa certeza rapidamente se transforma em dor quando constatámos que a vida é efémera e num só momento o mundo perfeito que nos rodeia é capaz de se transformar num abismo que nos consome a cada instante.

Na mão de Deus, na Sua mão direita,
Descansou afinal meu coração,
No palácio encantado da ilusão
Desci a passo e passo a escada estreita

Como as flores mortais, com que se enfeita
A ignorância infantil, despojo vão,
Despus do ideal e da paixão
A forma transitória e imperfeita.

Como criança em lôbrega jornada,
Que a mãe leva ao colo agasalhada
E atravessa, sorrindo vagamente,

Selvas, mares, areias do deserto…
Dorme o teu sono, coração liberto
Dorme na mão de Deus eternamente

Na Mão de Deus”, Antero de Quental

Para ti porque, onde quer que estejas, continuas a fazer parte do meu mundo.