segunda-feira, setembro 12, 2005






The End




Todos sabemos que a vida é feita de ciclos. Que se iniciam e que se fecham.
Neste momento, na minha vida, chegou o momento de fechar mais um ciclo. Assim, decidi que este será o texto da minha despedida.

Nestes meses em que fui mantendo um gosto especial por este contagiante mundo que é a blogosfera ri com muitas das vossas palavras. Emocionei-me com as palavras carinhosas que me foram sendo dirigidas, mesmo sem me terem sido ditas olhando nos meus olhos. Fui desenvolvendo um carinho especial por todos e por cada um de vós em especial… Pelas pessoas que foram tendo paciência (e tenho esperança que algum gosto) para ler tudo aquilo que aqui postei, porque de algum modo isso mais não era do que um espelho daquilo que eu fui sentindo e sendo ao longo destes vários meses.
Este espaço foi-se transformando numa espécie de catarse aos problemas e às emoções, no entanto de há uns tempos a esta parte constato que os textos demonstram, cada vez mais, a minha “face negra” e que, com isso, têm vindo a perder qualidade (se é que alguma vez a tiveram!).
E como todos desejamos ser recordados apenas pelos sorrisos que despertamos, decidi que este é o momento ideal para abandonar a cena.
…Com muito carinho, agradeço a todos quantos foram por aqui passando ao longo de todo este tempo, mas é chegado o momento de bater a claquete e dizer “corta”.
O filme chegou ao fim.

sexta-feira, setembro 09, 2005

Sentimentos desconexos




Adormeço sentidos no meu furacão
Enquanto sol anuncia o dia
Sinto o meu corpo, desamparado, deslizar
...




Hoje vi o amanhecer chegar com um gosto de melancolia na boca. Por tudo e por nada.
Sinto que tenho muita coisa a dizer, contudo nada de concreto me surge. Talvez por ser assim, pragmática.
Aqueles que melhor me conhecem costumam dizer-me que o meu grande defeito é pensar em demasia.
Às vezes quando olho em volta e sinto-me desenraizada… sinto que todos os meus sentimentos foram amadurecidos demasiadamente rápido.
Penso que comecei a cometer loucuras demasiado jovem e cansei-me dessa rotina demasiado cedo.

Releio este texto e vejo que usei a palavra “demasiado” inúmeras vezes. No entanto, apesar de todos esses demasiados, sinto que ainda falta algo.
Perguntar-me-ão o porquê deste texto desconexo… não sei a resposta. Talvez a letargia da imaginação seja tanta que mais não sobeje do que dissecar aquilo que sinto… aquilo que sou!

segunda-feira, setembro 05, 2005

Os homens e os relógios

É um facto irrefutável!... A maioria dos homens tem uma estranha relação com as horas.
Eles até podem usar uma bela máquina suíça no pulso esquerdo (ou, caprichosamente, optam pelo direito!!!), no entanto parecem esquecer-se frequentemente da sua utilidade.
Se olharem à vossa volta quando estiverem num espaço público, não raras vezes, encontrarão uma simpática donzela com um ar de desespero a olhar para o relógio: isso quer dizer que está, inevitavelmente, à espera de um homem!

Há uns tempos atrás era aos cavalheiros que cabia a árdua tarefa de passar largos intervalos de tempo à espera das damas, enquanto elas se aprimoravam para lhes agradar, actualmente… bem, como sabiamente disse o poeta “mudam-se os tempos, mudam-se as vontades

domingo, setembro 04, 2005

Estados de espírito...


...que se desejavam diários.

quarta-feira, agosto 31, 2005

Pormenores sociais

As diferenças sociais são um facto inegável na sociedade actual. Sendo que essas mesma diferenças se notam inclusive nas distintas formas de classificar os mesmos actos, dependendo das pessoas em causa.
Senão vejamos:

Um pobre é ladrão, um rico é cleptomaníaco.
Um pobre é bêbado, um rico é alcoólico.
Um pobre é paneleiro, um rico é homossexual.
Um pobre é ridículo, um rico é excêntrico.
Um pobre é drogado, um rico é toxicodependente.
Um pobre mal vestido é um maltrapilho, um rico adoptou um “look negligé”.


…no fundo, é tudo uma questão de denominações!!

sábado, agosto 27, 2005

Prioridades...

Talvez seja apenas por uma questão de egoísmo, na mais pura das suas acepções que hoje, por força das circunstâncias, ganhou maior relevo. Contudo, é assim que eu encaro a (minha) vida as (minhas) relações
Gosto de sentir que, de alguma forma, sou uma prioridade na vida daqueles que, para mim, também o são. Não gosto, nem aceito (uma vez mais emerge a minha intransigência face a “meias medidas”!) assumir apenas um papel secundário, pior, dispensável. Torna-se cada vez mais inconcebível que as pessoas apenas me procurem quando lhes convém: ou porque vêem apenas um ombro nas horas difíceis, ou uma mera companhia para uma noite de copos, ou, porque simplesmente contemplam apenas um corpo…

Quando entrevejo que assim é afasto-me… da forma mais rápida e subtil que encontrar.
Porque as atenções não se reclamam. Não se pede para assumir um papel importante na vida de alguém, porque isso é forjar uma vitória.
Afasto-me, assim, em silêncio porque, tal como um dia ousou dizer o poeta, “de nenhum futuro queiras só metade”.

quinta-feira, agosto 25, 2005

Palavras Dispersas


Conversas. Troca de palavras, recordações, experiências, mágoas.
Palavras difíceis, capazes de magoar mesmo aquele que foi (desde sempre) o meu porto de abrigo.
Conheces a minha voz e a minha expressão como jamais alguém o voltará a fazer.
Conheces o sabor das minhas lágrimas e a sinceridade do meu sorriso.
Conheces o ardor do meu olhar e a sensualidade dos meus pequenos gestos.
…contudo, o mundo gira. O relógio teima em não parar. Nunca! O tempo corre sofregamente rumo a um futuro que ambos desconhecemos. Já não o posso evitar. Também não sei se ainda o quero fazer.

A derradeira conversa, tantas vezes evitada, impôs-se agora. Sem darmos conta, sem a planearmos… e como foi dolorosa a sinceridade que a envolveu.