quarta-feira, dezembro 29, 2004

Novo ano, a mesma vida!!!!

Na esperança de que o Natal tenha sido bom, ou pelo menos que tenham tido paciência para voltar a agradecer com a mesma cara de felicidade e reconhecimento de todos os anos anteriores, o mesmo par de peúgas, o mesmo pijama e os mesmos beijos lambidos das tias que cheiram a naftalina (sempre com a mesma pergunta: quando é que eu vou conhecer o meu sobrinho???, já estás em idade de pensar nisso!!!!), desejo que a passagem de ano (ou sendo chic: o reveillon!!![??]) seja em grande!!!!
Para adiantar trabalho vão já pensando nos desejos a pedir ao acompanhar as passas!!!!
Eu não queria muitas coisas, sou modesta nos pedidos, já ficava feliz se me arranjassem uma vida nova!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Boas saídas, Boas Entradas... Bom 2005!!!!

sexta-feira, dezembro 17, 2004

Usar (e abusar!)

Uma das coisas que mais me irrita é constatar a grande capacidade das pessoas em se servirem do próximo a seu bel-prazer.
Nunca fui uma pessoa ciumenta, nem no que diz respeito ao amor nem no que diz respeito à amizade. Nunca tive aspirações a ser o centro do mundo, no entanto, há uma coisa que eu sou incapaz de perdoar: o ser usada e quando deixo de ser útil, ser atirada para segundo plano! E, se isto me irrita no plano das relações amorosas (ainda que em menor grau, pois aí haverá sempre um certo interesse próprio em questão!), então no que diz respeito às relações de amizade, deixa-me fora de mim. Felizmente durante pouco tempo, já que tenho a capacidade para atirar rapidamente para o grupo dos “indiferentes” aqueles que eu penso que deixaram de merecer a minha consideração… mas que há um período de tempo em que fico “podre” de raiva, isso é inegável!!!
Jamais me contento com um papel meramente supletivo, não sendo segunda (terceira, quarta, …) opção para ninguém.
Uma amizade, verdadeira (entenda-se!), é feita de um dar e receber constante em que conseguimos sempre arranjar um tempo para todos aqueles que consideramos verdadeiramente amigos.

Pop-kabbalah!!!


Está muito na moda entre as estrelas americanas aderir a este culto.
Kabbalah” significa “tradição” e tem origens judaicas; relaciona-se com a numerologia, astrologia e meditação. Visa controlar a força do ego, estabelecer maior contacto com o mundo natural e interagir de forma positiva com o outro.
Nada disto seria estranho se todas essas “estrelas” (Madona, Britney Spears, Winona Ryder, Demi Moore, Mike Tyson, …) não fossem seguidoras de um só rabino, Philip Berg, que afirma não ser necessário que os seguidores estudem os textos sagrados (que contraria exactamente o pressuposto mais básico desta tradição com milhares de anos), bastando colocá-los debaixo da almofada durante o sono para que o espírito absorva o conhecimento (??!!??), não serão necessárias horas de meditação e reflexão. Será suficiente que cada um desses seguidores desembolse €400 no livro sagrado, €120 num creme hidratante (que mantém limpo o espírito -?!? -), €30 numa pulseira vermelha e €4 em cada garrafa de água que, diz-se, previne o envelhecimento (por ter sido submetida a uma ressonância quântica).
Para além de tudo isto, quem pretender frequentar os “Kabbalah Centers” tem que doar 10% do seu património.
Estaremos, portanto, perante uma religião (uma vez seguida nestes termos, já que a Kabbalah praticada segundo os verdadeiros mandamentos judaicos é algo muito sério – independente de se acreditar ou não) ou apenas mais um embuste, um capricho das celebridades “hollyodescas”?!?!

quinta-feira, dezembro 16, 2004

Fernado Pessoa

"Ninguém sabe que coisa quere

Ninguém conhece a alma que tem,

Nem o que é mal nem o que é bem.

(Que ânsia distante perto chora?)

Tudo é incerto e derradeiro.

Tudo é disperso, nada é inteiro."

Para pensar...

" No amor é um erro falar-se de uma má escolha, uma vez que, havendo escolha, ela tem que ser necessariamente má."

"Não há prisões belas nem amores perfeitos."

"A felicidade resulta da recolha de pequenos instantes."

"O defeito das coisas boas é acabarem, a vantagem das coisas más é que também elas acabam."

domingo, dezembro 12, 2004

Estranho sentimento esse...

Hoje acordei com vontade de divagar sobre um tema que normalmente me abstenho de comentar: O AMOR.
Se “o amor é eterno enquanto dura”, seremos então capazes de amar diferentes pessoas com igual intensidade, em momentos distintos da nossa vida? Seremos capazes de proferir o tão célebre “Amo-te” a mais que uma pessoa, tendo a efectiva certeza de que é aquilo que sentimos naquele momento? Se a resposta a estas questões for afirmativa uma outra se coloca de imediato: como é que concluímos que aquela pessoa que está agora ao nosso lado é a “tal”; aquela com quem queremos compartilhar a nossa vida, se já antes havíamos colocado essa mesma hipótese, mas relativamente a outra pessoa.
Tantas questões, tão poucas certezas. Possivelmente a única certeza de tudo isto é mesmo concluir que o amor não é mais que um complexo mundo de incertezas, em que uns acreditam e se entregam de alma e coração (desfrutando plenamente enquanto este dura e sofrendo em igual proporção quando este termina) e em que outros mantêm um cepticismo permanente, que os protege e ao mesmo tempo os limita (se nunca sofrerão tanto como os outros, possivelmente também nunca gozarão em pleno todos os momentos que lhe forem surgindo).

Solidão Iminente...

Há certezas que temos como absolutas e que o destino com o seu novelo de caprichos se encarrega de abalar.
Nunca tenhamos como certa a presença daqueles que amamos, pois essa certeza rapidamente se transforma em dor quando constatámos que a vida é efémera e num só momento o mundo perfeito que nos rodeia é capaz de se transformar num abismo que nos consome a cada instante.

Na mão de Deus, na Sua mão direita,
Descansou afinal meu coração,
No palácio encantado da ilusão
Desci a passo e passo a escada estreita

Como as flores mortais, com que se enfeita
A ignorância infantil, despojo vão,
Despus do ideal e da paixão
A forma transitória e imperfeita.

Como criança em lôbrega jornada,
Que a mãe leva ao colo agasalhada
E atravessa, sorrindo vagamente,

Selvas, mares, areias do deserto…
Dorme o teu sono, coração liberto
Dorme na mão de Deus eternamente

Na Mão de Deus”, Antero de Quental

Para ti porque, onde quer que estejas, continuas a fazer parte do meu mundo.

Elogio da Loucura

Digamos a verdade tal como ela é: a Fortuna ama os irreflectidos, os temerários, os aventureiros aqueles que dizem facilmente: “os dados estão lançados”. A sabedoria torna os homens tímidos; assim encontramos por um lado sábios a morrer à fome, pobreza e dor, esquecidos, sem glória e sem simpatia. Os loucos, pelo contrário, nadam em dinheiro, governam os estados e, numa palavra, encontram em pouco tempo a prosperidade.
Erasmo de Roterdão

sábado, dezembro 11, 2004

Problemas de expressão...

"o homem não pode fazer-se sem sofrer, pois é ao mesmo tempo mármore e escultor"

O ser humano é capaz das mais variadas atrocidades e atropelos para conseguir uma vitória em nome próprio. Não se importa de ferir e humilhar. No entanto, é generalizada a dificuldade em demonstrar actos de altruísmo e afinidade pelo próximo. Um simples "gosto de ti" toma rapidamente contornos de pieguice, e num destes dias, depois de constactar que também não fujo à regra, encontrei esta música (que ganha vida na voz da magnífica Manuela)...

Só pra dizer que te Amo,
Nem sempre encontro o melhor termo,
Nem sempre escolho o melhor modo.
Devia ser como no cinema,

A língua inglesa fica sempre bem
E nunca atraiçoa ninguém.
O teu mundo está tão perto do meu

E o que digo está tão longe,
Como o mar está do céu.
Só pra dizer que te Amo

Não sei porquê este embaraço
Que mais parece que só te estimo.
E até nos momentos em que digo que não quero

E o que sinto por ti são coisas confusas
E até parece que estou a mentir,
As palavras custam a sair,
Não digo o que estou a sentir,
Digo o contrário do que estou a sentir.
O teu mundo está tão perto do meu

E o que digo está tão longe,
Como o mar está do céu.
E é tão difícil dizer amor,

É bem melhor dizê-lo a cantar.
Por isso esta noite, fiz esta canção,
Para resolver o meu problema de expressão,
Pra ficar mais perto, bem mais de perto.
Ficar mais perto, bem mais de perto.
"Problema de expressão" (Clã)



Vida

Aprendi que toda a gente quer viver no cimo da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a escarpa. (...) Aprendi que um homem só tem o direito de olhar um outro de cima a baixo para ajudá-lo a levantar.
Gabriel Garcia Marquez